«Este parece ser o primeiro e último romance de Caio Fernando Abreu. Um jornalista à procura de uma atriz famosa, Dulce Veiga, encontra sua filha, que é uma roqueira. Tem muitos pontos onde poderia-se dizer que o autor sofria de pedantismo intelectual, porém isso não é verdade, considerando que pedantismo é algo de conhecimento burlesco, enquanto Caio Abreu tinha notável erudição. Pelo contrário. O jornalista, personagem principal do livro, é muito culto, gosta de coisas refinadas, e isso transparece em sua narração.
O jornalista vislumbra, na frente do Parque do Ibirapuera, em determinado trecho, uma mulher fazendo o mesmo aceno que Dulce Veiga fazia: colocar o dedo indicador da mão apontando para o céu. Em Aparecida do Norte que supostamente ela está escondida - pois ela fugiu da cidade de São Paulo, para encontrar sua paz. Seria a mulher do Parque a própria Dulce Veiga? Ele fica obsessivo com o gesto dela, e no final do livro ele encontra a paz que julga merecer, justamente em Aparecida do Norte, quando tenta encontrá-la.
Vale a pena ler o livro, é uma história de crise-superação, de certa forma. O jornalista está imensamente estressado, sem dinheiro e tudo mais, e no final encontra a sua paz, que está buscando faz tempo. Ele encontra, no caso, a paz, internamente, dentro de si mesmo, e faz o gesto de Dulce Veiga, apontando o indicador ao céu.»
outubro 06, 2004
Caio Fernando Abreu
Depois de ter mencionado Caio Fernando Abreu (ver texto mais abaixo e reprodução da capa de Onde Andará Dulce Veiga?), deparo com esta nota, publicada no O Crítico Literário:
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