novembro 22, 2005

>> Os melhores livros de 2005 / Votação geral <<









O programa Livro Aberto vai lançar uma votação, entre os seus telespectadores, para elaborar uma lista dos melhores livros do ano. Quatro categorias, atendendo ao ritmo editorial português:


>>>> Ficção Portuguesa

>>>> Ficção Estrangeira

>>>> Poesia

>>>> Ensaio



Na blogosfera, os votos são enviados para o endereço de correio electrónico deste blog sob a forma de listas constituídas por um máximo de dez títulos por categoria. Periodicamente, o blog publicará os resultados parciais e, no dia 5 de Janeiro, será conhecida a lista dos vinte livros mais votados por categoria, os finalistas, abrindo-se um período de oito dias para votações finais com base nessas listas.
Os resultados definitivos serão publicados no dia 12 de Janeiro no blog e na imprensa, além de resultarem numa emissão especial do programa Livro Aberto.

A partir de agora, a votação está aberta. Vamos às estantes recordar os livros que mais nos marcaram em 2005.

novembro 19, 2005

Homens, mulheres









Leia o artigo de Carla Rodrigues sobre os novos livros de Martha Medeiros e Nelson de Oliveira, respectivamente Divã (Objetiva) e A Maldição do Macho (Record).

Português de ambos os lados do rio

A expressão «Rio Atlântico» foi criada por Onésimo Teotónio de Almeida, num dos seus livros -- e é um debate que regressa de vez em quando ao Gávea. Desta vez, Alex Castro, do blog Liberal, Libertário, Libertino, escreve sobre o assunto a propósito das suas leituras de Lobo Antunes:
«Não adianta se enganar achando que brasileiros e portugueses falam a mesma língua.
Meu pai teve empresa em Portugal e eu passei algumas férias lá, andando com os filhos dos seus sócios por Estoril e Cascais, curtindo a vida de adolescente lisboeta da década de 80. Minhas primeiras leituras foram os pocket-books de terror e mistério da Livros do Brasil e Europa-América, aventuras giras nas quais chuís se envolviam com sensuais raparigas e acabavam se metendo em muitos sarilhos. Depois, viciado pelos grandes descobrimentos, li As Décadas de João Barros e várias outras narrativas de navegadores, escritas em português da época.
Meu conhecimento de lusitano, imagino, deve ser acima da média de um brasileiro comum.
Apesar disso, tenho mais dificuldade de entender a RTP do que a BBC ou a Telemundo. Tentei decifrar o famoso blog português Meu Pipi e simplesmente não consegui.
Nas últimas duas semanas, li quatro livros de António Lobo Antunes - e estou começando o quinto. No total, foram mais de 1.500 páginas de lusitano, em um estilo propositadamente complexo e algo hermético.
Confiem em mim, palavra de brasileiro que entende lusitano melhor que a média: portugueses e brasileiros já não falam a mesma língua faz tempo. Os editores de ambos os países que ignoram esse fato o fazem em detrimento dos leitores (que não entendem lhufas) e autores (cujas obras são mal-transmitidas).»
Ler mais aqui.

novembro 18, 2005

Vaidade de blogger













Depois da edição de Um Céu Demasiado Azul, saiu agora As Duas Águas do Mar. Ambos na Record.

Só uma nota: eu nunca me importei que o editor brasileiro alterasse a ortografia dos meus livros. Não sou ortodoxo. Sou um traidor. Mas desde que outros autores apareceram nos jornais portugueses a dizer coisas como «eu nunca permiti que alterassem a ortografia dos meus livros no Brasil», sinto-me na obrigação de dizer o seguinte: não só eu não me importaria que o editor brasileiro propusesse algumas alterações à ortografia como, ainda por cima, o editor brasileiro exigiu que os livros saíssem sempre com ortografia do português de Portugal. Portanto, quando lerem aquelas declarações pomposas de autores a dizer que nem uma vírgula permitem que os brasileiros alterem nos seus livros, já sabem: é mentira. É só fita. Os editores não querem mesmo alterar.

novembro 14, 2005

O Mundo não é Chato, por Caetano Veloso













Recolha de artigos, contracapas de discos, prefácios e polémicas, aí está O Mundo não É Chato, de Caetano Veloso (Companhia das Letras). E opiniões sobre Oswald de Andrade, Bob Dylan, Visconti, Pelé, Jimi Hendrix, Gilberto Gil, Glauber, Tom Jobim, Cazuza, Nelson Rodrigues, Fernando Pessoa, Elis Regina, Lorca e muitos mais.

Risco incalculável

Adauto de Novaes organizou um livro para correr um risco incalculável, mas a experiência pode valer a pena: Poetas que Pensaram o Mundo (Companhia das Letras). Novaes adverte para o perigo, mas mesmo assim antologia textos de Shakespeare, Eliot, Rimbaud, Valéry ou Pessoa.

Amor, amor








É um dos mais recentes lançamentos da Contexto: História do Amor no Brasil, de Mary Del Priori. Moacyr Scliar escreveu uma boa crítica no Estadão. Mas, enfim...

Mary Del Priori é professora da PUC do Rio de Janeiro e da USP e já escreveu uma História das Mulheres no Brasil.

Saramago na frente

A lista dos livros mais vendidos de O Estado de São Paulo deste domingo já inclui o novo romance de José Saramago (As Intermitências da Morte, edição Companhia das Letras) em primeiro lugar. Na semana anterior estava em terceiro.
Já agora, em segundo lugar está O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini e, em terceiro, Memórias das Minhas Putas Tristes, de García Márquez.

Questões coloniais, ainda

Sasha Cavalcante nos comentários do Gávea acerca deste post:
«Como brasileiro, não posso deixar de demonstrar a minha indignação perante determinada corrente de pensamento bastante difundida entre a classe média do meu país, a de uma pretensa língua “brasileira”, que infelizmente tem encontrado eco nas mentes mais xenófobas que habitam este universo virtual. No Orkut, nomeadamente, confesso que tenho abertamente criticado esta tese absurda que, felizmente, grassa em mentes menos esclarecidas.
Tenho o maior orgulho de ter sido colonizado por Portugal, enquanto cidadão, e a plena consciência de que falamos a mesma língua, certeza esta solidificada após 13 anos a trabalhar como jornalista em rádios e jornais do distrito de Santarém.
Não fossem os portugueses e o Brasil não seria o Brasil que conhecemos, o Brasil da bossa-nova, de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, e tantos outros artistas da nossa MPB. Não fossem os portugueses, não teríamos a oportunidade de ouvir a Amália Rodrigues cantar um fado de Vinícius nem o Caetano Veloso interpretar um tema da grande cantora portuguesa. Não teríamos Jorge Amado, Érico Verísssimo e tantos outros. Felizmente, a grande maioria do povo brasileiro e a totalidade da nossa inteligentsia tupiniquim não alinha com esta teoria ufanista, nada e criada nos círculos mais conservadores e reacionários. Eça de Queirós foi sempre o escritor estrangeiro mais lido no Brasil e, mais recentemente, José Saramago conquistou os brasileiros, assim como o grupo Madredeus vê o seu público aumentar. Miguel Sousa Tavares foi citado diversas vezes pela revista Veja, que elogiou o seu romance Equador, e ainda foi convidado do programa de Jô Soares, assim como o jornalista Carlos Fino, que recentemente passou por lá.
É fato que artistas e intelectuais dos dois lados do Atlântico tem mantido uma sólida relação de amizade que dura décadas. Vinícius visitava Amália nas suas idas a Portugal e percorria as tertúlias de Coimbra ciceroneado por Nicolau Breyner e José Niza. Quando Caetano Veloso viveu exilado em Londres no início dos anos 70, firmou amizade com Zeca Afonso, que gravava por lá os seus discos e tinha a presença assídua do baiano no estúdio. É, portanto, ridículo qualquer argumento que venha inventar uma língua brasileira ou até mesmo, o que me é difícil acreditar, que os livros de autores portugueses sejam boicotados no Brasil. Basta uma simples pesquisa pelo Google para perceber que a maioria dos sites na internet sobre Fernando Pessoa é mantido por brasileiros.
Eu sou um sebastianista, acredito na fatalidade que colocou vários povos a falar a mesma língua e que o nosso caminho é mais ou menos por aí, por uma afirmação da nossa língua enquanto identidade cultural, enriquecida pelas diversas variantes do nosso idioma. A chegada dos escritores portugueses será sempre bem vinda, assim como qualquer outra manifestação cultural.»
Eu sou um sebastianista, acredito na fatalidade que colocou vários povos a falar a mesma língua e que o nosso caminho é mais ou menos por aí, por uma afirmação da nossa língua enquanto identidade cultural, enriquecida pelas diversas variantes do nosso idioma. A chegada dos escritores portugueses será sempre bem vinda, assim como qualquer outra manifestação cultural.»
Sasha Cavalcante

novembro 04, 2005

Debate

Interessante o debate sobre o artigo de Sanches Neto que já motivou um artigo do Diário de Notícias, de Lisboa (2 páginas), além de uma crónica de Eduardo Prado Coelho no Público. Ver também o post de Eduardo Pitta no Da Literatura.

Por gentileza do Gonçalo Soares, está aqui o texto integral do artigo de Sanches Neto.

Para os leitores brasileiros interessados em acompanhar de perto alguns debates e opiniões portugueses, sugiro o Da Literatura.

novembro 02, 2005

Ensaios



















Ensaios de António Cícero: sobre poesia, sobre poetas, sobre teoria da literatura, sobre João Cabral de Melo Neto. Finalidades sem Fim, na Companhia das Letras.

Bruna.

Acabou o blog da Bruna Surfistinha. Tanto escreveu que acabou por publicar um livro (O Doce Veneno do Escorpião. O Diário de uma Garota de Programa, edição Original). Adeus voyeurs.