setembro 03, 2006

Jabor reunido













A Objetiva lançou este PornoPolítica, os melhores textos de Arnaldo Jabor.
Um extracto:
Já passei por caminhos de amor e sexo, mas não sei a resposta; tudo fica difuso quando tento me lembrar dos grandes momentos de êxtase. O prazer se esvai na memória. Já amei mulheres, só depois que as perdi. Já odiei ser amado, já amei por narcisismo. Quantos “amam” para humilhar o outro com seu “imenso” amor? Quantos “amam” por egoísmo? Nos anos 70, amor e sexo passaram por uma revolução meio confusa. As paixões eram súbitas, e as separações, sem aviso.
Sumira do amor o desejo de eternidade, havia um sexo experimental no ar que almejava o “desregramento de todos os sentidos”, em busca de um nível mais alto de consciência. Eram caretas a possessividade, a fidelidade. Os casamentos e namoros firmes perderam o rumo, pois nos faltavam as regras da tradição. No entanto, as emoções fundamentais estavam ali, disfarçadas, mas presentes: posse, ciúme, medo. O que faz o amor tão inquietante é o medo da rejeição, da perda do objeto ou, mais simplesmente, da dor-de-corno. Eu já sofri monumentais dores-de-corno, e elas me ensinaram muito. Acho mesmo que o homem só vira homem quando recebe chifres didáticos. Só aí o macho onipotente conhece o desespero da condição humana. A dor-de-corno é física, é uma experiência de morte.

2 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Acho que vou ver se arranjo este! :)

Anónimo disse...

já li o livro!

é 10!!!!

mto bom!!!