novembro 11, 2004

Karim Blair, aliás.

«Uma guitarra, uma flor ao soldado desconhecido de My Lai, as escuras e irreversíveis saudades, um garoto que, como eu, amava Emerson, Lake & Palmer. Os rasantes dos helicópteros surgindo detrás das montanhas, as taturanas, as tatuagens, os canhoneiros, o tênis saltando poças de água e desdém, a linha fina da chuva morna e pegajosa, cigarrilhas adocicadas, lojas de ervas, um disco italiano de 78 rpm: Catari. As gardênias, os vidros, os vidrilhos, a lentidão das trilhas, os nossos almoços, as nossas bússolas, um saquinho de madrepérolas, outro de fotos de Xangai & adjacências, as convalescenças, os cortes das pernas que iam se fechando aos poucos, as pomadas, os ungüentos, as cartas indecifráveis, as moscas estagnadas, as legendas, as semelhanças, os rumos, a hidrografia nostálgica de uma tarde avermelhada.»
Karim Blair
(aliás, Mécia), O Caderno Lilás .

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelente dica. Fui lá e adorei. Aliás, vocês são soberbos nas indicações que fazem. Obrigado
abraços
Ilidio Soares
http://confissoesdeumviajante.blogspot.com
http://rioatlantico.blogspot.com