Tenho um sabor de cansaço na boca, como cuspo, como cinza e espalho os olhos pelo tecto branco. Há um estalo de repente e uma canção espeta-me os dedos no corpo e acordo, levanto-me, abro as cortinas e percebo o parágrafo que agora começa no sol que bate no pinhal e no rodopio do mundo lá fora, na aldeia, na cidade, no mar, na vida, abro os braços e grito e agora começo, chicoteio o ar e a luz e abro as cortinas e vejo os palcos e as montanhas e recito sem parar as palavras que invento a cada momento, nomeando as coisas, criando o mundo, fazendo de novo cada objecto e cada gesto como na manhã inicial que é esta, quando acordo. Agora vou devagar e ponderadamente ser aquilo que ninguém espera.
10 comentários:
Feliz leitura. Voltem renovados.
Itacaré...O paraíso.
Silvia Chueire
desvario justificado ;)
serena
Não seria já tempo de regressar? Estou com falta de livros...
Tenho um sabor de cansaço na boca, como cuspo, como cinza e espalho os olhos pelo tecto branco. Há um estalo de repente e uma canção espeta-me os dedos no corpo e acordo, levanto-me, abro as cortinas e percebo o parágrafo que agora começa no sol que bate no pinhal e no rodopio do mundo lá fora, na aldeia, na cidade, no mar, na vida, abro os braços e grito e agora começo, chicoteio o ar e a luz e abro as cortinas e vejo os palcos e as montanhas e recito sem parar as palavras que invento a cada momento, nomeando as coisas, criando o mundo, fazendo de novo cada objecto e cada gesto como na manhã inicial que é esta, quando acordo. Agora vou devagar e ponderadamente ser aquilo que ninguém espera.
os livros resistem ao tempo. às vezes...
foi, ficou e desistiu da literatura brasileira ? :)
abraços,
silvia
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