abril 14, 2007

O biógrafo.

Fernando Morais é o biógrafo de Olga Benário e de Assis Chateaubriand. Agora, antes de se lançar em dois livros oh-la-la (um sobre o seu amigo e ex-dirigente do PT, José Dirceu, e outro sobre o seu amigo Paulo Coelho, uma biografia bem volumosa), publica Montenegro, as Aventuras do Marechal que Fez uma Revolução nos Céus do Brasil. Uma história prodigiosa. Entrevista do autor à Época.

Olha!












Olha o novo livro de Paulo Coelho! Chama-se A Bruxa de Portobello (edição Planeta). A protagonista chama-se Athena e é filha adoptiva de uma libanesa. Em Londres decide investigar por que razão a sua mãe biológica, uma cigana, decidiu abandoná-la.

Top.

Livros mais vendidos segundo a contabilidade da Folha de São Paulo.

As mulheres, ah, as mulheres.












Aí está um romance sobre o mundo em que as mulheres inverteram já totalmente os papéis no jogo do sexo. Ubiratan Marruek e A Corrida do Membro (edição Objetiva). É o romance que estou a ler. Veja mais aqui.

Marcelo Rubens Paiva, dois livros.












Não És Tu, Brasil, é uma história sobre o Brasil da ditadura e o momento em que os torturadores foram deixados à solta:
Em 1970, o cerco aos guerrilheiros da VPR — Vanguarda Popular Revolucionária, organização de guerrilha comandada pelo ex-capitão Carlos Lamarca —, no Vale do Ribeira, levou os militares a repensarem a guerra contra-revolucionária. O episódio conhecido como “A Guerrilha do Vale do Ribeira” impôs uma surpreendente derrota aos mais de mil e quinhentos homens das Forças Armadas que perseguiam cinco guerrilheiros, entre eles Lamarca. Mais aqui.
Quando a Blecaute, é uma reedição (revista, verdadeiramente) de um romance dos finais dos anos oitenta, agora disponível de novo.

Para quem pode, não perca as saborosas crónicas de Marcelo no Estado de São Paulo.

Estudos literários. Sterne, o grande mestre.











Aí está Riso e Melancolia. A Forma Shandiana em Sterne, Diderot, Xavier de Maistre, Almeida Garret e Machado de Assis (edição da Companhia das Letras):
«Nas primeiras linhas de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, o narrador avisa que adotou uma forma semelhante à de Sterne e Xavier de Maistre e que escreveu seu livro com a pena da galhofa e a tinta da melancolia. Diz ainda que em vez de começar a história a partir do início, preferiu contar primeiro o fim. No prólogo da terceira edição da obra, Machado adiciona o nome de Almeida Garrett aos dos inspiradores daquela forma "difusa e livre" - todos eles viajantes, observa. Para Rouanet, os elementos enumerados por Machado bastam para definir uma forma, que denominou "forma shandiana" - termo derivado do Tristram Shandy, de Sterne -, e cujas características estruturais são: hipertrofia da subjetividade; digressividade e fragmentação; tratamento especial dado ao tempo e ao espaço; e interpenetração de riso e melancolia. Os adeptos dessa forma, continua Rouanet, formam uma linhagem - e acrescenta um autor à lista elaborada por Machado: Diderot. Em Riso e melancolia, Rouanet estuda o funcionamento da forma shandiana em todos os autores que a cultivaram, abrindo o caminho para um melhor conhecimento tanto do nosso maior romancista como da linhagem intelectual a que ele se filiou. Com sua linguagem clara e atraente, seu humor e sua erudição, oferece novas percepções aos leitores e abre outras portas para a leitura dos herdeiros de Laurence Sterne.»

Tirania do corpo.











Eu tinha avisado: há uma tirania do corpo. Juliana de Vilhena Novaes acaba de publicar O Intolerável Peso da Feiúra. Depois de anos e anos consagrados a estabelecer um padrão absoluto de beleza, eis que o sofrimento acaba em tragédia. O livro é o essencial da tese de Juliana, defendida na PUC do Rio de Janeiro. A edição é da Garamond.
Escreve, no prefácio, Ricardo Ribeiralves de Castro, professor da UERJ: «A perfeição idealizada encontra na realidade sempre alguma imperfeição que, segundo a autora, obrigarão o sujeito à submissão de uma bateria de esforços absolutamente insanos e cruéis, em busca de um modelo inalcançável.» Durante dez anos, Juliana recolheu depoimentos de mulheres massacradas pelo ideal de beleza e pelo medo da exclusão: «Nas academias de malhação, nas ante-salas das clínicas de cirurgia plástica, ou nos grupos de pacientes à espera de gastroplastia redutora, há o consenso: “só é feia quem quer”. E quem não quiser se enquadrar nos atuais cânones de beleza sofrerá o merecido castigo da rejeição e da exclusão.»

Bienal do Livro de Salvador. 1








Bienal do Livro de Salvador: durante quase duas horas, Moacyr Scliar fala do seu novo livro, O Texto, ou: a Vida (edição Bertrand Brasil), quase uma antologia, quase uma recolha de memórias. Mas não é do novo livro que ele fala, é das histórias de infância, do mundo da adolescência. Durante quase duas horas, Scliar convoca os demónios da literatura (ele que escreveu 75 livros) e da autobiografia para honrar a obsessão pela ficção, pelos personagens e pelo seu mundo do Bonfim. Nesse tempo, ele contou como era a primeira biblioteca, como era a sua primeira autobiografia, como é o seu tempo nos aeroportos, como era a vida dos emigrantes do Leste europeu no Brasil, como Verissimo não leu o seu primeiro conto.