dezembro 19, 2004

E ainda mais links

Mais links portugueses: sites institucionais e blogs de autores portugueses. Há também um agrupamento revistas & sites de literatura em França, Inglaterra e EUA.

Mais links, muitos links

Acabam de ser acrescentados cerca de 100 novos links no Gávea: escritores portugueses, editores portugueses e livrarias portuguesas online. Sirvam-se. Seguem actualizações. Ou atualizações.

dezembro 18, 2004

Rio Atlântico

O António Viriato, do Alma Lusíada, deixou este texto na caixa de comentários do Gávea. Acho que pode ser um ponto de partida para uma discussão, como a que ocorreu aqui acerca do Acordo Ortográfico:
«A iniciativa do blogue Gávea, votado a promover o conhecimento recíproco da comunidade luso-brasileira, é, em si mesma, muito louvável, no deserto actual dominante na matéria.Mas, para lograr verdadeiro êxito, deve deixar-se de cedências ao politicamente correcto e não ter medo de tocar em certos temas-tabu, como a pouca simpatia e a diminuta curiosidade dos brasileiros, em geral, pela realidade portuguesa, seja ela de que tipo for: económica, política, histórica, artística ou literária, apesar dos esforços meritórios e persistentes de uns poucos, de ambas as margens do Atlântico. Não basta falar a mesma língua, para que nos entendamos ; é preciso alguma predisposição mental para compreender o nosso interlocutor e aqui parece-me que há um longo caminho a percorrer, sobretudo da parte dos nossos irmãos brasileiros. [...]»

Samba em São Paulo

Lembro-me de um dia, na apresentação de Ruy Castro no Porto (fim de tarde, bar do Teatro Tivoli, gin crepuscular, gente que entra e sai), por causa da sua biografia de Garrincha. Falei dos livros do Ruy. Ele brincou: «Você não mencionou meu livro sobre a bossa-nova porque você só gosta de samba.» Ah, claro que não era verdade; piada mesmo. Mas este fim-de-semana, com Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho juntos em São Paulo, a cantar Lupicínio Rodrigues, por exemplo, eu não resisto a não gostar senão de samba durante duas horas, pelo menos.

Posta Restante

Escreve o Luís R. Gomes por e-mail: «Porque raio fica tão fascinado com a literatura brasileira? E com os blogs brasileiros? Sigo o Aviz e vejo que cada vez há mais links de blogs do Brasil.» Resposta: não está à vista?

dezembro 16, 2004

Adriana Lisboa



Adriana Lisboa é um dos nomes a reter da nova literatura brasileira. A Rocco acaba de lançar Caligrafias.
"Minha vida é o milagre banal da eternidade feita de presente, passado e futuro simultâneos – substâncias do mesmo sonho. Meus dias são todos de uma vez só. E eu me respondo com interrogações. Existo, até que deixe de existir. A maior transcendência é ter uma pele permeável e ser o que está do lado de dentro e ser o que está do lado de fora também."
Adriana Lisboa nasceu em 1970, no Rio de Janeiro, e cresceu entre a cidade e a fazenda de sua família no interior do estado. Viveu em França, estudou música e trabalhou como cantora, flautista e professora. Publicou os romances Sinfonia em Branco e Os Fios da Memória, ambos na Rocco.

João Antônio!


Para quem não conhece Malagueta, Perus e Bacanaço: estão aí os contos urbanos, paulistas, paulistanos e publicados por João Antônio. É um elogio da malandragem. Os originais de Malagueta, Perus e Bacanaço foram destruídos no incêndio da sua casa, em 1960. O livro só seria publicado depois, em 1963, totalmente reescrito. Agora sai em edição Cosac Naify, bonita como sempre são as desta casa, com um extratexto com fotos e uma biografia deste livro.

Outras obras de João Antônio: Calvário e Porres do Pingente Afonso Henriques de lima Barreto, Lambões de Caçarola, Ô, Copacabana, Abraçado ao meu Rancor. João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), nasceu de uma família de imigrantes portugueses de poucos recursos, em São Paulo. Foi jornalista. Escritor de coisas da rua. Amante das cidades.

Rubem


Correr para as livrarias: está aí o voluminho (600 páginas) dos Contos de Rubem Fonseca -- são 64 deles, escolhidos pelo próprio Rubem, o melhor contista da língua portuguesa. Edição Companhia das Letras. Para os leitores portugueses, de Portugal, o melhor processo é uma ida ao Centro do Livro Brasileiro, ao Calhariz (Lisboa), ou um pedido aos distribuidores mais rápidos da net brasileira (fala a experiência), a Saraiva ou o Submarino.


Aí está A Tapas e Pontapés, de Diogo Mainardi -- o melhor das crónicas da Veja. E aqui está o link para uma das entrevistas de Mainardi no tour de lançamento do livro. A edição é da Record.

Pornografia histórica


E, para começar, nada melhor do que chamar a atenção para uma das novidades natalícias (quase tremo) da Companhia das Letras: Páginas de Sensação. Literatura popular e pornográfica no Rio de Janeiro (1870-1924). Aqui vai, também, um extracto da introdução, de Alessandra El Far:
Nas últimas duas décadas do século XIX, inúmeros livros foram publicados com a finalidade de atingir uma parcela ainda pouco explorada pelo mercado editorial: "o povo". Com o tempo, as belas encadernações vindas da Europa e os textos assinados por intelectuais de rara erudição, tão apreciados pelas elites ilustradas brasileiras, foram cedendo espaço, nas prateleiras das livrarias, às brochuras baratas, que carregavam consigo tramas mirabolantes, narrativas audaciosas, de tirar o fôlego. "Nós, editores", dizia o literato Adolfo Caminha, reproduzindo a frase que todo escritor de talento escutava ao tentar publicar sua obra, "preferimos ao estilo, à arte um bom enredo, uma história de sangue cheia de mistérios, comovente, arrebatadora! É disso que o povo gosta, e nós, a respeito de gosto literário, só conhecemos o povo."


Cá vamos

Ah, mil perdões. O Gávea voltou depois de quase um mês de absentismo, degradação moral e más leituras. Sobretudo portuguesas, vale a pena dizer. Cá vamos.

dezembro 06, 2004

INTERRUPÇÃO

Por motivos absolutamente marginais, o Gávea interrompeu as suas actividades durante algumas semanas. Retomará a maratona habitual na próxima quarta-feira. Sem falta.

Para os amigos e leitores que têm visitado o blog em vão, agradecimentos sinceros.